Monumentos e Edificações com
Valor Cultural
Rosângela Maria Bezerra da Costa
7/100
- Igreja de São Sebastião
A Igreja de São
Sebastião começou as suas obras em 1918, tendo a frente dos trabalhos a Senhora
Guilhermina Almeida de Holanda Bessa, uma cearense que ao chegar ao Rio Branco
quis dar prosseguimento a uma devoção. Então deu inicio a novena na residência
do Major Terêncio Antônio de Lima, genro de dona Guilhermina. A residência era
onde atualmente pertence ao Sr Said Salomão e a novena teve inicio em 11 de
janeiro e termina no dia 20 com uma grande procissão. A festa era uma das
melhores e mais animadas, tinha de tudo, forasteiros, fazendeiros e pessoas do
interior que vinham a pé, de carro de boi, de canoa. Cada um trazia o que podia
desde porco, galinha, dinheiro, gado, que no último dia da festa eram leiloados
e o dinheiro arrecadado era investido na construção da Igreja. O terreno onde
se encontra a Igreja foi doado pelo Prefeito Rocha Leal. A cada festa realizada
era uma parede a mais construída, a mão de obra empregada era da própria
comunidade que não recebia nada em troca, trabalhavam com grande entusiasmo
para que na próxima festa as obras da Igreja estivessem mais adiantadas e aí
crescia o desejo de vê-la concluída. Algumas pessoas mais antigas contam que
era colocada uma lata, para que, ali junto a porta de entrada fossem colocadas
às ofertas, ouro, jóias, libras esterlinas e todo tipo de donativos. Vale
ressaltar que a lata ali ficava durante todo o ano e ninguém mexia.
A Igreja de São
Sebastião continua com sua estrutura original inalterada, atrás foi construída
uma sacristia, porém sem descaracterizá-la. As portas e o sino são os mesmos. O
madeiramento e o forro foram trocados recentemente devido à ação predadora dos
cupins, porém procurou-se seguir o estilo original. A imagem de São Sebastião
foi comprada no Rio de Janeiro pela Srª Guilhermina Bessa, e ainda é o mesmo da
época de inauguração. A Igreja foi inaugurada em 1924, quando foi realizada uma
grande festa com a participação de
toda a comunidade
rio-branquense. A missa campal foi celebrada por Dom Odilon Munding
padre beneditino.
Em janeiro de 1927
passou oficialmente a Prelazia de Boa Vista do Rio Branco.