segunda-feira, 31 de março de 2014

IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO

                                                                                   Monumentos e Edificações com Valor Cultural
                                                                                                                      Rosângela Maria Bezerra da Costa

7/100 - Igreja de São Sebastião

A Igreja de São Sebastião começou as suas obras em 1918, tendo a frente dos trabalhos a Senhora Guilhermina Almeida de Holanda Bessa, uma cearense que ao chegar ao Rio Branco quis dar prosseguimento a uma devoção. Então deu inicio a novena na residência do Major Terêncio Antônio de Lima, genro de dona Guilhermina. A residência era onde atualmente pertence ao Sr Said Salomão e a novena teve inicio em 11 de janeiro e termina no dia 20 com uma grande procissão. A festa era uma das melhores e mais animadas, tinha de tudo, forasteiros, fazendeiros e pessoas do interior que vinham a pé, de carro de boi, de canoa. Cada um trazia o que podia desde porco, galinha, dinheiro, gado, que no último dia da festa eram leiloados e o dinheiro arrecadado era investido na construção da Igreja. O terreno onde se encontra a Igreja foi doado pelo Prefeito Rocha Leal. A cada festa realizada era uma parede a mais construída, a mão de obra empregada era da própria comunidade que não recebia nada em troca, trabalhavam com grande entusiasmo para que na próxima festa as obras da Igreja estivessem mais adiantadas e aí crescia o desejo de vê-la concluída. Algumas pessoas mais antigas contam que era colocada uma lata, para que, ali junto a porta de entrada fossem colocadas às ofertas, ouro, jóias, libras esterlinas e todo tipo de donativos. Vale ressaltar que a lata ali ficava durante todo o ano e ninguém mexia.
A Igreja de São Sebastião continua com sua estrutura original inalterada, atrás foi construída uma sacristia, porém sem descaracterizá-la. As portas e o sino são os mesmos. O madeiramento e o forro foram trocados recentemente devido à ação predadora dos cupins, porém procurou-se seguir o estilo original. A imagem de São Sebastião foi comprada no Rio de Janeiro pela Srª Guilhermina Bessa, e ainda é o mesmo da época de inauguração. A Igreja foi inaugurada em 1924, quando foi realizada uma grande festa com a participação de  toda  a  comunidade  rio-branquense. A missa campal foi celebrada por Dom Odilon Munding padre beneditino.
Em janeiro de 1927 passou oficialmente a Prelazia de Boa Vista do Rio Branco.         

        

IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DO CARMO

                                                                                   Monumentos e Edificações com Valor Cultural
                                                                                                                      Rosângela Maria Bezerra da Costa

6/100 Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo 


A Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo é provavelmente a construção mais antiga do Centro Histórico de Boa Vista, pois a presença dos padres Carmelitas no Rio Branco data de 1725. Quando os Beneditinos aqui chegaram em 1907 a Igreja era apenas um oratório meio pequeno, capela simples e necessitava urgente de uma reforma, pois a mesma ameaçava ruir. Nos Jornais do Rio Branco de 1914 a 1921 constam notas de uma ampla campanha em prol da Igreja Matriz. - Transcrito do Jornal do Rio Branco n.º 5 de abril e maio de 1917:     “A reforma da Igreja constou de: Construção do Atrium, a parte frontal foi rebaixada, foi elevada uma torre para o campanário (sinos) e ganhou uma sacristia”. Os beneditinos asseguram assim à antiga e primeira Igreja do Rio Branco, dando-lhe estilo germânico não encontrado na arquitetura do Amazônia.
Segundo Evelyn Wangh em seu relatório de 1934: “A Igreja Matriz, uma construção moderna, pintada com faixas horizontais amarelo e laranja, com molduras ornamentais de concreto, velhos sinos na torres e no seu interior, três altares suntuosos com portais adornados e véus bordados; os retábulos estavam esculpidos e havia estátuas altas em cores vivas, havia flores artificiais, candelabros reluzentes, bancos de madeira entalhados, uma fonte batismal com o nome dos maiores comerciantes de Boa Vista esculpido em grande letras...”.  Esta reforma foi realizada em 1929, pelo Reverendíssimo Dom Prior, Dom Odilon Munding que naquela época chefiava a missão com muita competência. A Igreja é revestida de pinturas em listras na parte externa e impressionista tipo marmorizado na parte interna conserva o piso em ladrilho português e no forro uma aquarela geométrica se assemelhando ao estilo mozarábico.


Depois da reforma a igreja ganha uma nova mobília toda em madeira – dois altares laterais, bancos e cadeiras para o celebrante, via sacra, pratarias vindas da Europa e as janelas foram substituídas por vitrais. Com o aumento da população a partir dos anos 60, a Igreja não atendia a demanda, então passa por uma nova reforma, agora com os Missionários da Consolata tendo a frente Dom José Nepote, a Igreja precisa de ser aumentar então eleva-se o atrium, a capela e a terra, desaparece os altares ficando apenas o altar da celebração, entre o sacerdote e o povo. As vias sacras são retiradas, a pintura é corrida e uma única cor o forro perde todas as suas pinturas e os vitrais são substituídos por janelas. Surgem os elementos de concreto e vazado e grande parte do piso é substituído por cimento queimado. Na década de 90 o forro de madeira que acompanhava o telhado é retirado e em seu lugar é colocado forro de P.V.C. Em 2003 a comunidade através do Padre Wanthuy começou a campanha de restauração e sonho da proximidade ao estilo germânico dos anos 20 embala o processo. Em 2005 o Ministério da Justiça e a Prefeitura Municipal de Boa Vista celebram entre si um convênio, cujo objeto é a reconstituição e revitalização da Igreja Matriz no tocante a sua arquitetura, com o objetivo de resgatar o estilo germânico deixado pelos o beneditinos nos anos 20 do século passado.  A igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo, restaurada e reconstituída, foi entregue pelo prefeito Iradilson Sampaio e pelo bispo Dom Roque Paloschi à população de Boa Vista e do Estado de Roraima na celebração dos 117 anos do município de Boa Vista, em 9 de julho de 2007.

sábado, 29 de março de 2014

TRIBUNAL DE JUSTIÇA



                                                                                 Monumentos e Edificações com Valor Cultural
                                                                                                                      Rosângela Maria Bezerra da Costa
5/100 – Tribunal de Justiça


Em 25 de abril de 1991 foram empossados, pelo então governador Ottomar de Souza Pinto, os primeiros componentes do Judiciário Estadual. A composição inicial do TJ/RR foi formada pelos desembargadores Benjamim do Couto Ramos (juiz em Rondônia), Carlos Henriques Rodrigues (juiz no Amazonas), Robério Nunes dos Anjos (juiz na Bahia), José Pedro Fernandes (juiz no Ceará), Jurandir Oliveira Pascoal (juiz no Ceará), Luiz Gonzaga Batista Rodrigues (promotor de justiça do Ministério Público do Ceará) e Francisco Elair de Moraes (advogado em Roraima). O desembargador Robério Nunes dos Anjos foi eleito o primeiro presidente do recém instalado Tribunal. Os primeiros magistrados aprovados no concurso e nomeados ainda em 1991 foram: Lupercino de Sá Nogueira Filho, Mauro José do Nascimento Campello, Jorge Luiz de Oliveira Fonseca Barroso, Alcir Gursen De Miranda, Agenor Cefas Cavalcante Jatobá e Tânia Maria Vasconcelos Dias de Souza Cruz
Arquitetura do prédio destinado a abrigar o Judiciário, consiste em elemento prismático, retangular todo em pele de vidro laminado e reflexivo, envolvido por um outro laminado em concreto armado, de forma a emoldurar e proteger a casa de vidro das intensidades de luz e ao mesmo tempo criando uma generosa varanda em volta do edifício principal. O prédio possui ainda, uma grande rampa de acesso sobre um espelho d’água, inserido em um monumental pórtico que constitui a entrada principal.

Observe que apenas uma mulher compõe o quadro

sexta-feira, 28 de março de 2014

PALÁCIO SENADOR HÉLIO CAMPOS

                                                                                 Monumentos e Edificações com Valor Cultural
                                                                                                                      Rosângela Maria Bezerra da Costa
4/100 – Palácio Senador Hélio Campos
      
Em 1957, o então Governador Capitão José Maria Barbosa, deu inicio a construção do Palácio do Governo nos moldes do planejamento do arquiteto Darcy Aleixo.  Nessa 1ª etapa foram feitas apenas o alicerce e algumas paredes.
Em 1964 assume o governo  do Território o Coronel Belarmino Cunha da Rocha que deu continuidade as obras de construção, e no final do mandato em 1967, havia construído 80% da obra.
Em 1967 o Coronel Hélio da Costa Campos, assume o governo do Território e uma de suas realizações foi à conclusão do Palácio 31 de Março em homenagem ao golpe Militar de 31 de Março de 1964. A decoração foi feita pelos arquitetos da revista Casa e Jardim, na época uma revista conceituada nessa área. Esse trabalho foi coordenado pessoalmente pela a primeira dama Srª. Beatriz Campos. O prédio com uma arquitetura moderna, para época, as paredes externas foram revestidas por pastilhas brancas.  
Em 1968, inaugurado pelo então Governador Hélio da Costa Campos, durante os anos seguintes os bailes de aniversários do Território (13 de Setembro), formaturas, outros eventos sociais eram realizados no salão Nobre no Palácio.  Quando da sua inauguração era de uma classe e bom gosto exemplar.
Por Decreto do Governador Rubens Vilar o nome do Palácio 31 de Março foi mudado para Palácio da Fronteira. Esse nome fora escolhido em homenagem as fronteiras internacionais (República Cooperativista da Guiana, República Bolivariana da Venezuela).
 A primeira reforma ocorreu no 2º governo Ottomar Pinto (91/94).
O Governador Ottomar Pinto, sancionou a lei nº 09  de setembro de 1991, de autoria do Deputado Estadual Iradilson Sampaio, trocando o nome da sede do Executivo Estadual, denominando-o de “Palácio Senador Hélio Campos” em uma homenagem aquele que foi Governador por oito anos e Senador por Roraima, falecido em 26 de abril  de 1991.


quinta-feira, 27 de março de 2014

27.03 DIA MUNDIA DO TEATRO

Hoje a minha publicação vai para o Teatro fugindo um pouco dos palácios, em vista da importância do Teatro e de todos os artistas atrizes, atores e as Companhias de Teatro.

TEATRO CARLOS GOMES

                                                                                           Monumentos e Edificações com Valor Cultural
Rosângela Maria Bezerra da Costa
3/100 – Teatro Carlos Gomes

O Teatro Carlos Gomes, nasceu em uma pequena sala da primeira Escola pública Lobo D’Almada, no antigo Território Federal do Rio Branco. Tinha capacidade para 19 lugares e foi chamado teatrinho Carlos Gomes. A Professora Jacobede Cavalcante de Oliveira foi a primeira administradora.
Em 1958, o Governador José Maria Barbosa, instalou a Rádio Difusora de Roraima naquele espaço. Com instalações ampliadas, passou a ser palco de eventos solenes como: o Programa de Auditório Jaber Xaud, apresentação da primeira Miss Roraima, Joanavita Morais.
Em 1960, a Rádio Difusora é transferida para a sede do governo. Voltou a administrar o Teatro a diretora da Escola Lobo D’Almada, professora Delzuita Vieto. Em 1962 no Governo do Cel. Clóvis Nova da Costa, o diretor da Rádio, Áureo Cruz retornam a instalação e constrói a área administrativa, os estúdios e o auditório, com a capacidade de 250 lugares.
Em 1964, assume a direção a convite do governador, o jornalista Laucides Oliveira.
Em 1967, Laucides Oliveira lança uma idéia inovadora: a criação do Cine-Rádio Roraima.
Em 1976, a Rádio é absorvida pela RADIOBRÁS, que suspende a apresentação de palco, retornando as atividades normais somente em 1988, o teatro passou por reformas     para atender as necessidades estudantis, grupos formados e artistas em geral. 

Comentário: Em 2014, triste fim de algo tão importante como patrimônio edificado, o teatro Carlos Gomes cerrou as portas devido a inúmeros problemas na sua estrutura física. Existe um projeto na SEPLAN, para construção de um novo teatro naquele local, inclusive estive presente na solenidade no Palácio do Governo Hélio Campos, onde o governador anunciou a obra e mostrou em data show a arquitetura da obra, para atender a demanda artística, há questionamentos quanto a preservação do patrimônio, o fato é que esta fechado, até quando????.

quarta-feira, 26 de março de 2014

PALÁCIO LATIFE SALOMÃO OU PALÁCIO DA MICROEMPRESA

                                                                                     Monumentos e Edificações com Valor Cultural
                                                                                                                                                             Rosângela Maria Bezerra da Costa

2/100
Palácio Latife Salomão

O Palácio Latife Salomão foi construído em 1992, na gestão do governador Ottomar de Souza Pinto, o Palácio da Microempresa de Roraima tornou-se o local ideal e sede de importantes eventos empresarias e governamentais.
É um prédio de estrutura moderna e destaca-se na Avenida Glaycon de Paiva, pela sua arquitetura. A cobertura do prédio é composta por telhas coloniais assentadas em estrutura metálica e para melhor iluminação foram utilizadas chapas lisas de fibra de vidro translúcido; persianas de alumínio no cume para o aceso de ventilação. O prédio comporta todas as dependências essenciais ao seu funcionamento. Nas laterais estão torres para abrigar caixas d’água e depósitos, além de outras edificações para restaurantes e outros tipos de divertimentos.
Fonte: Patrimônio Histórico de Roraima
Comentário: O Palácio foi construído para atender uma demanda de feiras, exposições e eventos voltados para fortalecer o comercio e a indústria local, onde os expositores tivesse local certo, porém durante muito tempo ficou sendo utilizado como sede administrativa da Secretaria de Estado da Administração (SEGAD), hoje ao que sabemos funciona como depósito. Uma pena visto que esta edificação merecia melhor destino por esta bem localizada, por ter uma estrutura bonita e original. Importância da edificação, valorização do comércio local e priorização de um espaço onde fosse possível expor produtos produzidos na norte do país, feiras de artesanatos, exposições artísticas e designer, tecnologias, moda, feira das noivas, enfim. Particularmente estive em vários desses eventos inclusive  Cultural da Rede de Pontos de Cultura Roraima, feira das noivas, arquitetura,  e por  ai vai.


terça-feira, 25 de março de 2014

PALÁCIO DA CULTURA ou PALÁCIO DAS ARTES - 18/08/1993



Palácio da Cultura Nenê Macaggi
O histórico do Palácio da Cultura começa no início dos anos 90.
Em 18 de agosto, o ano era 1993. É inaugurado o Palácio da Cultura, pelo então governador Ottomar Pinto. Avaliado em torno de 31 milhões de Cruzeiros, a obra projetada pela arquiteta Natália Pinto (há controvérsias se realmente fora esta a arquiteta), foi construído com recursos próprios e representa a expressão maior da cultura local, bem centralizado no coração da cidade de Boa Vista, em frente a praça do Centro Cívico, sua beleza em forma de pirâmide contribui para harmonia do complexo arquitetônico.
 O Palácio da Cultura Nenê Macaggi, nome escolhido para homenagear a escritora e jornalista de grande contribuição a literatura de nosso Estado.  Abriga em seu espaço fisico órgãos ligados a cultura, inclusive a Secretaria de Estado da Cultura, criada em 2013. É possível encontrarmos alguns painéis de artistas locais.
A estrutura do Palácio da Cultura é dividida em três andares com capacidade para as mais diversas atividades culturais, incluindo eventos de porte nacional e internacional. No 1º piso esta um auditório com capacidade para abrigar 460 (330+130) pessoas com 02 camarins, palco, sala de reuniões, onde funciona o Conselho Estadual de Cultura, o Grupo Técnico de apoio a Projetos – GTAP     ( responsável para avaliar os Projetos da Lei de Incentivo a Cultura do Estado) e um Foyer para exposições, banheiros feminino e masculino.
No térreo o espaço acomoda a biblioteca pública, e  biblioteca infantil, centro de processamento de dados, acervo bibliográfico, salão para leitura e um foyer para exposições.
No subsolo, funciona a Secretaria  de Estado da Cultura (SECULT/RR),   Instituto do Desporto vinculado a SEED. Foyer para exposições, videoteca (interditada) com capacidade para 80 lugares inclui banheiros, copa, depósitos etc... e no pátio do prédio, uma praça com estrutura para lago artificial, banquinhos rústicos, iluminação e frondosas mangueiras. Local especial, ajuda aflorar a sensibilidade  em forma de inspirações.

Curiosidade: O projeto foi apresentado ao Governador Otomar Pinto que resolveu construí-lo na Praça do Centro Cívico, devolvendo assim ao povo roraimense o Palácio da Cultura. Já que o antigo Palácio da Cultura construído no governo de Hélio Campos foi desativado no governo Romero Jucá, em 1989, para dar lugar ao prédio da Assembléia Legislativa

Importância: O Palácio da Cultura é um espaço aberto e democrático que se abre para o enriquecimento e valorização da produção cultural local. Enfim, a casa das artes e dos artistas, que sejam bem vindos os que amam fazer arte em Roraima.

Comentário: O Palácio da Cultura Nenê Macaggi, foi criado para ser o Palácio das Artes, é um espaço para realização de shows musicais e apresentações artísticas culturais, exposições, e outras manifestações culturais, administrado pela SECULT...
Um sonho  desta servidora e que talvez seja o de muitos, é que o Palácio da Cultura atendesse ao fim proposto quando de sua criação, ser o Palácio das Artes, saindo todo o administrativo, construindo-se um prédio especifico  para abrigar a biblioteca publica (única no estado) e a infanti. Outra questão é a acessibilidade ainda é complicado o acesso do publico tanto no subsolo quanto no auditório.  Seria realmente um sonho vê o Palácio atendendo exclusivamente a cultura e a arte com oficinas, eventos, seminários, mostras, exposições, salão de artes plásticas, cine cultura funcionando regularmente,, a pracinha do coreto com agenda cheia para shows e eventos como lançamento de CDs, livros, etc .em particular é o local mais apropriado para eventos ao ar livre, e inspira o romantismo.

Palácio da Cultura 1970 - atual prédio da Assembleia Legislativa de Roraima
Texto e Comentário: Rosângela Mª Bezerra da Costa 25.03.2014